No dia 10 de agosto deste ano, celebramos o dia de São Lourenço, padroeiro dos diáconos, mas você sabe qual é o caminho que o candidato ao diaconato permanente tem que percorrer até ser nomeado oficialmente diácono pela igreja?
Quando eu era ainda criança, por muitas vezes me perguntava por que aquele senhor era chamado de diácono e não de padre, pensando que ele fazia praticamente a mesma coisa durante a celebração da palavra. Na minha inocência de criança, acreditava se tratar da mesma coisa, mas não era bem assim.
Somente tempos depois compreendi que alguém casado poderia fazer parte do clero. A partir do concílio Vaticano II nossas comunidades redescobriram esse grande sinal concreto do amor de Deus na Igreja, o diaconato permanente. A palavra grega diakonia significa serviço. O serviço dos diáconos é documentado desde os tempos apostólicos, como relata o Livro dos Atos dos Apóstolos (6,1-6) sobre instituição dos “sete” homens encarregados do serviço à Palavra, a comunidade e aos necessitados. Entre outros serviços, é função dos diáconos assistir o bispo e os sacerdotes nas celebrações dos divinos mistérios, sobretudo da Eucaristia, distribuí-la, assistir ao matrimônio e abençoá-lo, proclamar o Evangelho e pregar, presidir aos funerais e consagrar-se aos diversos serviços da caridade, indica o Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 1570. Diferente do sacerdote, os diáconos não podem fazer a consagração da eucaristia, não absolvem os pecados nem administram a unção dos enfermos.
O Diaconato Permanente ocupa um lugar privilegiado na missão eclesial. Ele desempenha uma função importante na tarefa de tornar a Igreja mais apta para levar ao mundo sua mensagem de verdade e salvação. No Concílio Vaticano II foi reaberta a ordenação diaconal para homens casados, ou solteiros e viúvos, desde que estes últimos façam votos de celibato. Quando inspirado por sua vocação ao diaconato, o fiel leigo deve expor sua vontade ao padre e a comunidade paroquial, que após analisar o pedido pode ou não o encaminhar sua indicação a diocese. Algumas premissas são seguidas para a aprovação, por exemplo, o candidato ao diaconato, quando casado, deve ter no mínimo cinco anos de vida matrimonial e 35 anos de idade, tem que estar integrado pastoralmente na sua paróquia com seu pároco e com a comunidade, por um período mínimo de três anos de experiência pastoral.
Admitido no curso de teologia, que pode se estender por até 05 anos (dependendo do período de estágio), o candidato tem no primeiro ano o chamado período propedêutico, que se trata do discernimento vocacional. Nos anos seguintes segue-se o conteúdo programático do curso. Na sequência recebe-se o ministério do Leitorato e do Acolitato. Depois de concluída toda essa preparação é confirmada a vocação para o ofício ministerial do diaconato dada pelo Bispo diocesano e o envio ao exercício da vocação.
Na nossa paróquia temos, ou tivemos, a graça de conviver com alguns destes homens que dedicam suas vidas a igreja, exercendo sua vocação com grande dedicação. Diácono Celso (ordenado em 1979) é atualmente um dos diáconos mais antigos da Diocese, Diácono Francisco (ordenado em 2010), Diácono Clodoaldo (ordenado em 2014), e estamos vivendo a alegria de acompanhar o caminho para a ordenação diaconal de José Antonio Micheias, nosso Zeca da Ana Lídia, participante ativo da paróquia por muitos anos, e que hoje segue seu chamado ao serviço na igreja através do ministério diaconal.
Que Deus ilumine a todos que se dispõem a doar suas vidas ao serviço da igreja através desta linda vocação.
São Lourenço e São Felipe Apóstolo, rogai por nós.