Por inspiração do Espírito Santo, em 1975, depois de muitas reuniões e orações, nascia a comunidade Santa Lídia, projeto idealizado por um padre francês, o saudoso Pe. José Mahon, da Congregação dos Filhos da Caridade e de um leigo chamado Celso Francisco da Silva, que futuramente se tornaria nosso querido Diácono Celso, mais um grupo de vários leigos da região que eram carentes de uma nova casa, uma comunidade. Esta comunidade se tornaria a segunda mais antiga comunidade de nossa paróquia, perdendo apenas para a Matriz São Felipe Apóstolo, datada de 1970.
A história da cidade conta que o bairro “Santa Lídia” teria sido recebido este nome em homenagem a Lídia Padro, mãe dos irmãos Otávio e Cássio Prado, que lotearam o baixo na época de sua fundação em meados da década de 1960.
A comunidade Santa Lídia não foi construída pela primeira vez exatamente no local onde hoje a conhecemos, mas sim, no local onde hoje está o Viaduto da Saudade, que na época era um projeto prestes a sair do papel e as obras ainda não haviam sido iniciadas, mas a preparação do terreno sim, já estava em andamento para construção daquele que seria um dos viadutos mais conhecidos de nossa cidade.
Como compensação pela desapropriação do local, a prefeitura da cidade não só cede um terreno para ser o novo endereço da capela, como ajuda a financiar a construção da primeira comunidade da paróquia São Felipe Apóstolo, e desta vez, em endereço definitivo.
Nasce então uma comunidade vibrante, carismática, jovem, com grande tradição de participação popular dos fiéis em todas as suas obras sociais e de caridade. A festa de sua padroeira, Santa Lídia, celebrada todos os anos no dia 03 de agosto, anos mais tarde se tornaria em uma das festas de padroeira mais visitadas dentre as comunidades católicas de nossa cidade.
O Jardim Santa Lídia é um bairro relativamente pequeno em comparação ao Parque das Américas, que é o segundo bairro mais populoso de Mauá e com o qual faz fronteira, mas mesmo assim tem uma representatividade grande na cidade por causa do cemitério Santa Lídia (maior cemitério público da cidade) e sua comunidade cristã católica Santa Lídia.
Um personagem que representa muito para esta comunidade participou desta matéria, dando um breve testemunho de vida na igreja através da Comunidade Santa Lídia.
Todos da comunidade conhecem o Edson, ou Magrão da Preta, como é conhecido no ECC, ou filho do nosso saudoso Diácono Celso, pois bem, este homem de Deus tem uma linda história de contribuição e vida de comunidade que, gentilmente, compartilha conosco hoje.
Em suas palavras, Magrão tenta resumir o que de fato não é uma tarefa simples, quando falamos de tantos sentimentos envolvidos na história de sua vida na Santa Lídia.
Magrão se lembra com carinho da sua infância, quando começou a seguir na comunidade junto de seus pais, tão participativos deste o início.
Começou muito jovem na comunidade, dando apoio nas festas da padroeira, na época já famosa pela região. Ajudava na montagem das barracas. Sempre responsável e dedicado, não demorou muito a assumir mais responsabilidades conforme a idade ia avançando.
Uns dois anos após se casar, recebeu um chamado para participar da pastoral da catequese, por intermédio de Dona Narcisa, uma pessoa com uma linda trajetória na comunidade da qual se lembra com muito carinho, ensinando e se doando para ajudar no crescimento religioso da comunidade. Iniciou esta missão pouco depois que padre Ângelo (Vigário Ecônomo de 1980 a 1986) havia iniciado na paróquia.
Foi um tempo de muitos desafios, uma vez que nosso país passava por uma transição social e política histórica. Este período marcou muito sua vida como uma fase de muito crescimento pessoal na comunidade. Foram dois anos ensinando na catequese da comunidade.
Uma passagem bíblica que norteia a vida do Edson hoje é justamente a passagem que relata a presença de Lídia na história da salvação: “E, depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos rogou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e ficai ali. E obrigou-nos a isso. ” (Atos 16,15)
Edson tem no exemplo de Santa Lídia, um grande chamado ao acolhimento, cuidado com o próximo e zelo pela igreja. Em suas palavras, Magrão com muito amor diz que “a igreja o aquece, o consome”, lindo testemunho deste homem.
Teve também uma grande experiência com as saídas em missão na época do pastoreio do Pe Marival (1986 a 1995). Trabalhou na “pedreirinha” onde teve uma experiência muito gratificante.
Durante mais dois anos, participou da equipe da coordenação, onde pode viver bem de perto quais são os desafios de conduzir uma comunidade. É muito grato a Deus por este período, onde mais uma vez, Deus o fez crescer mais como cristão e ser humano.
Nestes últimos anos, Edson se dedica a dar apoio e suporte nas necessidades da comunidade, nas organizações das festas e outras atividades.
O carinho com o qual o Magrão fala da sua vida na Comunidade Santa Lídia, nos inspira, nos motiva, traz à tona o quanto esta comunidade é importante na vida de tantos fiéis da nossa paróquia.
Magrão conclui seu depoimento dizendo: ”hoje eu vivo, respiro a comunidade Santa Lídia, recebi esta missão por herança dos meus pais, e me empenho para que meus filhos possam ver o exemplo que seus familiares passaram do quanto é importante a vida em comunidade”.
Que Deus abençoe a vida do Edson por esta contribuição, e de todos que fazem parte desta queridíssima comunidade de Fé.
Santa Lídia, rogai por nós.