Estamos celebrando em nossa Igreja Particular de Santo André o Ano Vocacional, e muito se tem falado sobre vocação. E o que seria de fato essa tal de vocação? O termo “VOCAÇÃO” vem do verbo em latim “VOCARE”, que nos primórdios foi traduzido como “Chamado”. Esta tradução denota algo estático, como se vocação fosse algo restrito a um momento pontual. Por isso, hoje os estudiosos nos indicam que a tradução mais correta do termo seria o equivalente a “chamamento”, ou seja, algo dinâmico, que está continuamente acontecendo. E como todo chamamento implica uma resposta, esta também deve ser contínua.
Levando para o lado eclesial, dizemos então que “Vocação é o chamamento de Deus que tem como finalidade a realização plena da pessoa humana. Trata-se de um gesto gracioso de Deus que visa a plena humanização do Ser humano. É dom, é graça, é eleição cuidadosa, visando a construção do Reino de Deus. É um chamamento para fazer algo, para cumprir uma missão. O interessante é que Deus tem claro qual é esta missão, mesmo antes de criar o ser humano. Veja por exemplo o que diz o profeta Isaías: “Desde o começo eu (DEUS) anuncio o que vai seguir, desde o passado, o que ainda não está executado” (Is 46,10). O texto mostra que Deus anuncia de antemão o que ainda não é plausível. Ou seja: antes mesmo de executar a obra da criação e de fazer o Ser humano, Deus já o “chamou” e confiou a ele uma missão.
Da mesma forma, Deus conhece cada ser humano e o “chama” para uma determinada missão antes mesmo dele nascer. Porém, ao preservar a liberdade de cada um(a), o Criador dá ao Ser humano a possibilidade de não responder àquele convite especial, ou seja, de não vivenciar a razão pela qual ele foi chamado a existir. É importante ressaltar, porém, que aqui estamos dizendo do Ser humano enquanto toda a humanidade e não enquanto indivíduo isolado. Ou seja, a vocação de uma pessoa está intrinsecamente ligada a vocação de outra, de modo que a rejeição de um afeta o outro. Rezemos este ano para que saibamos descobrir e vivenciar nossa vocação.
Colaborou com esta edição Jhonatan Kaue Fernandez
Seminarista na Diocese de Santo André