O Padre Sidcley Alves Machado nasceu em 26 de novembro de 1976, em Caruaru, Pernambuco, filho de Manuel Alves Machado e Maria Félix Machado. Tem sete irmãos: Silvaneide, Silvanete, Suely, Sandoval, Sandro, Sinvandro e Sivonaldo. Nasceu e creceu num vilarejo chamado de Ituguaçu, também conhecido com Cachoeira Grande em Pernambuco, com aproximadamente 300 habitantes. Neste mesmo local, residem seus familiares e professores. A primeira professora foi sua própria mãe, que já exercia a profissão de educadora e colocava em prática com seus filhos. Sua mãe sempre dizia: “Filhos, eu não posso dar nada de bens materiais pra vocês, porém, o que posso dar, os estudos, ninguém poderá tirar de vocês.”
Em meio às dificuldades financeiras, sua mãe decidiu mandar os filhos para uma cidade mais próxima, chamada Cachoeirinha. Foi nesta cidade, no ano de 1995, que Sidcley teve a graça de conhecer o Grupo de Jovens da RCC, chamado “Semeadores da Paz”. Pela primeira vez, foi convidado pelo irmão Silvandro, porém não aceitou o convite. No entanto, a reposta dele foi: “Tudo bem, meu irmão, não vou mais te convidar, porém um dia você escutará o chamado de Deus”. Após oito dias do convite, era dia de domingo, no qual seu irmão cumpriu o que havia falado e não o convidou. Entretanto, Sidcley ficou curioso em conhecer o lugar de que tanto o irmão falava, resolvendo ir até o grupo de jovens. Chegando lá, sentou-se na última cadeira, e começou a observar a dedicação que eles tinham, especialmente através da partilha da Palavra, da oração, dos cantos, dos testemunhos de vida, dos aconselhamentos, etc.
No abraço da paz, seu irmão, que estava tocando violão, o viu e veio cumprimentá-lo, desejando-lhe a paz, que eles se saudavam com “Shalom”. Ao abraça-lo, perguntou-lhe: “e aí meu irmão, está gostando?”, e ele respondeu discretamente que “sim”. Seu irmão continuou a perguntar: “e aí meu irmão, vai vir no próximo encontro?”, e ele respondeu, quase sem palavras: “é… se não tiver nada pra fazer… virei no próximo encontro”. Foi a partir desse momento que se iniciou o processo de conversão, de mudança de vida. Daí, neste mesmo ano surgiu a oportunidade de fazer um aprofundamento na “Vida no Espírito”, que durava seis meses, e tinha como objetivo principal preparar para conhecer a fé que professamos na Igreja Católica Apostólica Romana. Ao concluir o seminário na “Vida no Espírito”, era o momento oportuno para pedir o batismo da efusão do Espírito Santo.
No ano de 1996, a família foi surpreendida pelo acidente do esposa da irmã Silvaneide, quando a mãe de Sidcley viajou para Santo André, onde o casal morava, com a intenção de ajudar. Após um mês, sua mãe voltou para Pernambuco e pediu para o filho ajudar a irmã. Mesmo não gostando de vir à São Paulo, ele aceitou essa missão de morar com a irmã e o sobrinho Everton. Nesse período, ao preparar-se para viajar, o irmão Silvandro o presenteou com uma Bíblia Ave-Maria e duas fitas K7 do Padre Zezinho.
Ao chegar em Santo André, no dia 19 de maio de 1996, deparou-se com uma situação constrangedora, onde sua missão de ajudar a irmã, que havia perdido o esposo, e ao seu sobrinho, que havia perdido o pai. Passando alguns dias, resolveu procurar emprego. Fez currículos e deixou em várias agências de empregos. Foi agraciado por uma proposta de emprego, oferecida pela Agência Global, que o colocou na empresa Olimpus, de antes e alarmes para carros, localizada na Vila Carioca, Ipiranga, São Paulo. Nesta empresa trabalhou como ajudante geral; era seu primeiro emprego.
Também nesse mesmo período, começou a frequentar a Capela Nossa Senhora da Esperança, no Centre Ville, que estava aos cuidados pastorais dos Filhos da Caridade. Junto com os padres Joaquim, Alfredinho e Miguel, começou a frequentar o curso bíblico, grupos de rua com novenas e terços, grupo de jovem e Pastoral Carcerária. Porém o que mais o marcou foi quando visitou o Padre Alfredinho no seu humilde barraco na favela, que não tinha sequer uma porta. Sua humildade, sua simplicidade e seu testemunho de vida o cativou, pois já despertava um chamado ao serviço dos mais necessitados.
Foi então que resolveu conhecer mais profundamente o trabalho dos Filhos da Caridade, acompanhado pelo Padre Miguel. No ano de 1998, foi convidado para fazer uma experiência em conhecer os Agostinianos, que tinha como promotor vocacional Padre Pax e Frei Cido, em São Mateus, na capital. No período de acompanhamento com os Agostinianos, eles vieram em sua casa e emprestaram as “Confissões de Santo Agostinho” para que conhecesse mais a vida do santo. Fez retiro com eles, porém resolveu conhecer outras congregações religiosas, especialmente os Franciscanos, tempo oportuno em que teve a graça de conhecer a história de São Francisco de Assis, através de livros, cantos, filmes, e de modo especial pela Toca de Assis. Assim, apaixonou-se pelo mesmo ideal de São Francisco: “Amar o Amado Jesus e sua Igreja, nos rostos dos mais necessitados e na Presença Real de Jesus Sacramentado, Nosso Deus Amado”.
Passaram-se alguns meses e surgiu o convite de alguns amigos da Igreja Nossa Senhora das Graças, Lúcio, Rônia, Vander, etc, para participar de um acampamento de carnaval na Canção Nova. Ao escutar algumas palestras, sentiu bem forte o chamado de seguir Jesus e decidiu procurar orientação vocacional na própria Canção Nova, ocasião em que foi orientado para conhecer a Pastoral Vocacional da Diocese de Santo André. Ao sair da orientação vocacional, partilhou com os amigos o desejo de ser padre, e todos ficaram surpresos pela decisão tomada, mas mesmo assim, deram-lhe apoio para que seguisse esse caminho.
Foi pároco da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, no Jardim Sônia Maria, e da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Jardim Zaíra, antes de assumir como pároco da Paróquia São Felipe, em fevereiro de 2021.