Siga-nos nas redes sociais:

Vocação e a Palavra de Deus

Estamos no mês dedicado à Palavra de Deus e para bem vivê-lo juntamente ao Ano Vocacional realizado por nossa diocese, sem a pretensão de abordar todos os campos e extensões a respeito do que seja a vocação da Sagrada Escritura, quero apenas relatar fatos e personagens relevantes que, adaptando às realidades do nosso cotidiano, são bastante importantes para nossa compreensão e resposta ao chamado divino.

“Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que te mostrarei. Eu farei de ti um grande povo, eu te abençoarei, engrandecerei teu nome; sê uma bênção!” (Gn 12,1-2). Esta passagem do Antigo Testamento relativamente conhecida por todos nós expressa o chamado de Abrão, daquele que seria chamado pela Igreja de “o pai da fé”, é um relato bastante evidente em diversos aspectos, de como deve ser nossa entrega sem reservas ao chamado do Senhor. Ao chamá-lo, Abrão passou a se chamar Abraão, isto é, “o pai de uma multidão de nações” (Gn 17,5) e a promessa a ela destinada seria a de que nele “serão abençoadas todas as nações da terra” (Gn 12,3). Que promessa! Que confiança e que honra receber de Deus um chamado desse teor! Deus fez uma aliança com Abraão e sua descendência, formou seu e posteriormente revelou sua lei por meio de Moisés, e por meio dos profetas “preparou este povo para acolher a salvação destinada à humanidade inteira” (CIgC72).

Dando um salto e passando, conscientemente, pela história de outras personagens bíblicas que também tiveram seus papeis importantes, vemos Moisés. Os tempos dos israelitas no Egito eram sombrios. Viviam em regime de escravidão e eram subordinados a grandes e terríveis trabalhos. Ainda que a realidade fosse essa, não deixaram de se multiplicar e cresciam rapidamente em grande número. O rei do Egito, temendo num futuro, que pelo aumento dos israelitas pudesse acontecer algum tipo de rebelião, mandou que as parteiras matassem todos os meninos e apenas preservassem as meninas. Por Temor a Deus as parteiras não obedeceram, fazendo com que o povo se tornasse forte e numeroso e foram por Deus abençoadas. A justificativa dada ao rei do Egito era que as israelitas davam à luz antes mesmo que elas chegassem, então o rei ordenou que todos os meninos fossem jogados ao rio assim que nascessem. Moisés nasceu e foi escondido por três meses. Não conseguindo mais ser escondido, sua mãe o colocou num cesto e deixou no rio. A irmã do menino observava o cesto que foi parar nas mãos da filha do faraó. O desdobramento da história pode ser acompanhado pelo leitor logo no início do livro do Êxodo. Fato é que, esse menino preservado, escolhido e criado perto da alta corte do rei tinha uma missão e era clara: libertar os israelitas da escravidão.

Enquanto Moisés apascentava o rebanho de seu sogro, chegou ao Horeb, a montanha de Deus. Como relatado no capítulo 3 do Êxodo, o anjo do Senhor apareceu numa chama de fogo, do meio de uma sarça, se apresentou a Moisés como “Eu sou o Deus de teus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó” e deu a ele a missão de tirar os israelitas do Egito. Moisés teve medo e se sentiu incapaz (Ex 4,10) e teve também a ajuda de Aarão para a continuidade de sua missão.

Mais um grande salto e vamos para um profeta que acolheu consigo a missão de denunciar os pecados do povo. No início do capítulo 6 do livro de Isaías, encontramos o texto que se refere ao que seria seu chamado e, portanto, sua vocação. A resposta de Isaías, que era um homem reconhecidamente pecador, “de lábios impuros” (Is 5), diante do apelo do Senhor que dizia “Quem hei de enviar?” é clara: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6,8).

Pessoas como nós! Inconstantes, cheias de medo e insegurança, mas com o desejo que deve estar forte que é o de fazer com que nossa vida seja útil no plano da salvação. Mais um salto e partimos para o Novo Testamento. Em João Batista, filho concebido por meio de um milagre, vemos um homem totalmente entregue e desejoso de cumprir os desígnios de Deus sendo aquele que viria a preparar os caminhos do Senhor. Homem simples, que vivia uma profunda vida de oração e denúncia. Profeta que até as últimas consequências se destinou a anunciar que viria um após ele do qual não era “digno de desatar a correia das sandálias” (Lc 3,16). Esse homem, primo de Jesus, sabia do seu lugar e sabia o para que estava neste mundo a ponto de expressar: “Essa é a minha alegria e ela é completa! É necessário que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30).

Por fim, encerramos com aquele que é o sentido de todas as coisas. O motivo pelo qual você lendo este texto, o motivo pelo qual escrevi e o sentido de nossas vidas: Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador.

De forma sublime a carta aos Filipenses expressa bem como era Jesus ao dizer que: “Ele, estando na forma de Deus não usou de seu direito de ser tratado com um deus, mas se despojou, tomando a forma de escravo. Tornando-se semelhante aos homens e reconhecido em seu aspecto como um homem, abaixou-se, tornando-se obediente até a morte, à morte sobre uma cruz. Por isso Deus soberanamente o elevou e lhe conferiu o nome que está acima de todo nome (…)” (Fl 2,6-10). Para nós que temos o pecado original enraizado e que buscamos em diversas situações a glória pessoal, é fundamental aprender com nosso mestre divino que para a execução da vocação é fundamental a humildade e a busca por ter os mesmos sentimentos de Cristo, afim de honrarmos o nome de Jesus, de nos santificarmos e alcançarmos outras pessoas. A missão de Jesus era tirar o pecado do mundo e nos libertar. Cumpriu sua missão! Façamos também nós a nossa parte!

Existem muitas outras personagens, relatos e passagens bíblicas de pessoas que se entregaram por amor ao Reino dos céus e pela salvação das almas. O que realmente importa para nós é entendermos que todos os exemplos devem ser um incentivo para que, da mesma forma que eles fizeram parte da história e tiveram sua contribuição para que chegássemos até aqui, com a nossa fé e com a certeza desse amor, nós também assim devemos agir para que as futuras gerações também o acolham e o amem, até que Ele venha. Apressemos o anúncio do Evangelho e que a santidade da nossa vida apresse o Senhor para que enfim vivamos junto em céus novos e uma terra nova!

Deus abençoe você!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja Mais
Posts Relacionados
Missionários: doações por amor

Missionários: doações por amor

Celebrando a memória litúrgica de Santa Terezinha do Menino Jesus, padroeira das missões, a Igreja apresenta outubro como mês das missões e convoca a todos os fiéis a serem, cada

Vocação e a Palavra de Deus

Vocação e a Palavra de Deus

Estamos no mês dedicado à Palavra de Deus e para bem vivê-lo juntamente ao Ano Vocacional realizado por nossa diocese, sem a pretensão de abordar todos os campos e extensões

Vocação: resposta de amor

Vocação: resposta de amor

A vocação cristã sempre será um mistério tanto para aquele que deseja responder ao chamado de Jesus quanto para os que o veem de fora, sem nenhuma compreensão. Há quem

Cristo ressuscitou, como havia dito

Cristo ressuscitou, como havia dito

O acontecimento real da Páscoa é para nós cristãos o maior e mais profundo evento da nossa fé, vivido a cada Santa Missa, mas de forma solene celebrado na festa

Chamado de Deus, resposta livre e pessoal

Chamado de Deus, resposta livre e pessoal

Responder a um chamado, seja ele qual for, pede de nós algum tipo de disposição e de certa forma uma postura ativa. Como cristãos, ter iniciativa é o mesmo que