O acontecimento real da Páscoa é para nós cristãos o maior e mais profundo evento da nossa fé, vivido a cada Santa Missa, mas de forma solene celebrado na festa da Páscoa. A ressurreição de Jesus dá todo o significado de nossa fé, como explicita Paulo no capítulo 15 da primeira Carta aos Coríntios: “Se Cristo não ressuscitou, vazia é nossa pregação, vazia é também a nossa fé.”
Ainda que aqueles que foram as testemunhas do túmulo vazio tenham visto e levado essa boa notícia aos irmãos da fé, muitos ainda se apresentavam sem crença nessa verdade. Não é de se estranhar, já que há dias atrás passaram por um grande sofrimento e viram, com uma visão apenas humana, uma grande derrota. Seu mestre havia sido humilhado e crucificado.
A vida tem nos permitido ou nos conduzido a viver um tempo de distanciamento social. Para alguns, o sofrimento por conta dessa vírus que se alojou como um hóspede inesperado vem com suas consequências que para muitos se manifesta até mesmo como um abalo ou esfriamento de sua fé.
Os sentimentos de desesperança e tristeza haviam se alojado no coração dos discípulos de Jesus, que não deram importância à fala das mulheres e de alguns discípulos que disseram tê-lo visto, até que na tarde da Páscoa, Jesus ressuscitado aparece aos onze e censura-lhes por sua incredulidade e dureza de coração.
Tanto nas situações que temos vivido quanto ao episódio relatado acima, o que desperta a fé é uma experiência que brota como uma manifestação da graça divina. Os discípulos creram após Jesus ter-lhes aparecido e pedido para que tocassem (Lc 24,29) e compreendessem que Ele não é um espírito. Daquela hora em diante os olhos da fé se abriram e compreenderam que aquele que estava junto deles era de fato seu mestre, que prometera ressuscitar e cumprira. Os olhos deles se abriram à ressurreição; também nossos olhos precisam se abrir. Diante de qualquer situação que venha a nos atingir, como a que estamos vivendo, encontra novo significado e esperança redobrada, porque Ele está no meio de nós.
O corpo Ressuscitado de Jesus não está mais sujeito a tempo e espaço e, portanto, pode estar presente onde e quando quiser. Não há limites que o aprisionem, pois já não pertence à terra, mas ao divino domínio do Pai. Se o túmulo vazio não constitui prova concreta da ressurreição de Jesus, sua aparição nos faz ter a certeza de que mesmo as verdades mais impossíveis se tornam possíveis por sua autoridade divina.
Vivamos esse tempo de prova na alegria e na fé de que Jesus está no comando de nossas vidas, e por isso entreguemos nossas vidas ao serviço d’Ele, valorizando a Eucaristia, a Páscoa celebrada diariamente.
Deus abençoe a você e te faça viver verdadeiramente. Uma Feliz Páscoa!