Óscar Arnulfo Romero y Galdamez nasceu no dia 15 de agosto de 1917, em Ciudad Barrios, antiga Villa de Cachuatique (Vila do Cacau), lugar que fica a 153 km de San Salvador, capital de El Salvador, pequeno país na América Central. Filho de Santos Romero e Guadalupe de Jesús, casal que teve 8 filhos.
Ingressou no seminário da Diocese de San Miguel no dia 4 de janeiro de 1931. Sua formação foi financiada com grandes dificuldades pela família. Em 1933 quase saiu do seminário, mas Dom Juan Antônio Dueñas y Argumedo, bispo de San Miguel, interveio por acreditar em sua vocação. Estudou em San Salvador e em Roma, onde foi ordenado sacerdote no dia 4 de abril de 1942. Por conta da II Guerra Mundial conseguiu celebrar com grande alegria de seu povo, sua “primeira missa” em Ciudad Barrios apenas em 1944.
Em 1944 e 1967 exerceu diversas funções como padre da Diocese de San Miguel. Entre 1967 e 1970 trabalhou em San Salvador a serviço da Conferência Episcopal Salvadorenha. Foi ordenado bispo em 21 de junho de 1970, tendo por lema Sentir com a Igreja. Exerceu diversas funções como bispo auxiliar da Arquidiocese. No dia 15 de outubro e 1974 foi nomeado bispo da Diocese de Santiago de Maria, onde exerceu trabalho difícil de formação e defesa do povo. No dia 3 de fevereiro de 1977 foi nomeado arcebispo de San Salvador.
Na arquidiocese viveu anos terríveis da ditadura salvadorenha, especialmente os do governo do General Carlos Humberto Romero (sim, um “xará” de Dom Oscar). Durante seu episcopado na capital usou das visitas às pessoas e à rádio YSAX para evangelizar e para denunciar as mortes e as perseguições do governo para com as pessoas simples e com a Igreja. Muitos leigos, catequistas, agentes de pastoral, religiosos e padres foram mortos de forma extremamente violenta. As missas que celebrava na Catedral eram acompanhadas num certo período por vários países da América Latina e uniam especialmente todo o país na resistência contra as opressões. Não era uma pessoa revolucionária, mas muito sensata, com suas dúvidas e problemas, mas especialmente com muita fé. O centro da vida de Dom Oscar Romero era o Cristo. Foi assassinado na Capela do “Hospitalito” no dia 24 de março de 1980, durante a celebração da missa. As perseguições continuaram, inclusive na sua missa de corpo presente, onde morreram cerca de 30 pessoas com a explosão de bombas para dispersar as 250 mil ovelhas que se despediam do pastor.