O assunto coronavírus não é novidade para ninguém, mas durante este texto o objetivo é voltar as atenções para ouvir as pessoas que estão trabalhando na área da saúde durante a pandemia. Em uma conversa à distância, com três fiéis da paróquia que trabalham em hospitais, foram feitas as questões: como você se sente tendo que trabalhar em um hospital atualmente? E o que você gostaria de falar para as pessoas que tem a oportunidade de cumprir a quarentena? A seguir, acompanhe as respostas.
A primeira entrevistada, Maria Carolina Fernandes, é auxiliar de farmácia e sua primeira resposta é: “Sinto uma imensa gratidão por contribuir nessa batalha árdua que todos nós estamos enfrentando. A Covid19 nos pegou de surpresa. Mas é lindo como nós estamos adquirindo ainda mais conhecimento para fazer o melhor para cada paciente”, e “nós escolhemos estar neste campo de batalha. As pessoas que podem cumprir a quarentena, fiquem em casa e tomem toda a cautela. É preocupante imaginar o risco que corremos no hospital, com receio de contaminar aqueles que mais amamos. Sei que todos nós estamos passando por um momento delicado, porém com muita consciência e oração iremos conseguir passar por tudo isso.”
A segunda entrevistada é a Nayara Barbosa, cerimoniaria da nossa paróquia que é técnica de enfermagem e nos diz: “Eu me sinto uma guerreira na verdade porque essa foi a profissão que eu escolhi, mas nunca imaginei passar por isso e ver tantas pessoas morrerem em questão de 12h. Lógico que tenho medo, mas precisamos controlar esse medo e focar nas pessoas.” e “que fique em casa, porque esse vírus é cruel. Já testei positivo e foram dias terríveis, você fica sozinho. Por isso, fique em casa e reze para Deus cuidar de cada um de nós.”
A terceira entrevistada foi a Rita Feitosa, que é camareira e disse: “Tenho muito medo sim, mas Deus me fortalece e fico com mais coragem de enfrentar. O que mais me preocupa é minha família. Ser camareira neste momento não é fácil, mas não devemos virar as costas para nossos pacientes. O trabalho não é só arrumar a cama, você pode ajudar o paciente, conversar com ele. […] Nesse momento, aprendemos que todos são iguais. As roupas são iguais para todos, a doença também vem igual para todos.” e “fique em casa, vocês estarão protegidos. Sei que é difícil, mas se todas as pessoas saírem a tragédia será maior. Ainda vamos ter dias muito doloridos. Eu e meu esposo saímos para o trabalho porque é necessário, mas fico feliz quando chego em caso e vejo minha família. Fique em casa porque tudo vai passar.”
Por fim, fica aqui de modo especial a gratidão pelo trabalho de todos os profissionais que estão se dedicando nesse momento. Todos fazem parte, direta ou indiretamente, da recuperação de muitos pacientes.