No Paraguai, nos dias 1º e 2 de novembro, se celebra primeiramente o dia de todos os santos e dos “angelitos”, e depois o dia dos mortos. É uma grande festa celebrada em cada canto do país.
As famílias paraguaias se preparam com antecedência, indo limpar os túmulos de seus entes queridos, deixando desta maneira tudo preparado para o grande dia. Chegado o dia, as ruas em torno dos campos santos são fechadas para o trânsito veicular, sendo permitido apenas o trânsito de pedestres, vigiado o dia todo pela polícia. Desde muito cedo as famílias vão visitar seus familiares falecidos, costumando passar o dia inteiro no cemitério. É comum levar cadeiras e sentar-se em frente ao jazigo da família, rezar o Santo Rosário, trocar o pano da cruz, acender velas para cada um dos familiares sepultados ali, razão pela qual nas ruas se vendem flores, terços, velas e todo tipo de ornamentações com que se enfeitam os túmulos. Estes ficam cheios de flores e presentes que se levam para os mortos.
Tradicionalmente, nestas datas, se realiza uma missa, que é presidida por um padre de manhã, na parte central do cemitério, da qual participam muitas pessoas pedindo especialmente pela alma de seus entes queridos. Além disso, outra das tradições é distribuir doces para as crianças, que passam visitando os túmulos. Elas vão com mochilas, onde guardam tudo o que ganham, entre balas, refrigerantes, pirulitos, bolos de mel, torrones, sorvetes, entre outros.
Outra das tradições já muito pouco realizada na atualidade é a preparação de carne assada e do “ryguasu ka’e” (frango assado), que são repartidos em um “kuru guasu” (lanche comunitário) em nome dos falecidos; já as famílias que têm “angelitos” (crianças pequenas falecidas) costumam preparar arroz com leite para repartir nas casas, honrando desta forma a memória dos pequenos.
A crença popular é de que nos dias mencionados as almas dos mortos estão presentes entre nós, além do dia dos Santos, que é uma solenidade celebrada pelos católicos.
Por outro lado, se nos referimos a tradições, existe uma em conhecida, que trata da vista ao cemitério durante todo o ano, algo muito comum, pois os paraguaios têm muito em conta a memória de seus mortos. Deste modo, há dias designados especialmente para isso: os sábados são dedicados exclusivamente para visitar os “angelitos” (crianças recém nascidas até 7 anos de idade), e as segundas para os “angel lorus” e adultos (o primeiro compreende uma idade de 8 a 20 anos e o segundo são os que sobrepassam essa idade, ou seja, adultos e idosos).
O Paraguai é um país marcadamente religioso, conservando seus costumes e tradições, tendo desta forma muito presentes os seus mortos e orando sempre pelo descanso eterno e pedindo por todas as almas sem exceção, para que descansem em paz na glória do Senhor.
Colaborou com esta edição Pamela Katherine Colman Gómez
Juventud Femenina de Schoenstatt
Itá – Paraguai
Tradução por: William Santos Oliveira